segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Reflexões sobre um mundo sem Deus

Há alguns dias atrás, eu fiz algo que os cristãos costumam chamar de "pecado". Não vou dizer especificamente o que foi que eu fiz, mas basta saber que é algo que podemos saber que Deus não aprova e que fiquei com a consciência muito abalada por isso. Foi interessante porque, como eu já lido com ateísmo na internet há alguns anos, me veio um certo pensamento à mente: por um instante, eu desejei que Deus não existisse, só para que eu não fosse consumido pela culpa de ter desagradado a Ele.

Depois desse pensamento, muitas coisas se esclareceram em minha cabeça. Sabe, agora eu sei como alguns ateus se sentem. Eu acho que ninguém consegue suportar a culpa, a dor e a responsabilidade de seus erros por si mesmos. A solução mais fácil e rápida destes casos é simples fingir que essa culpa não existe. Todas as pessoas sentem isso, mesmo que muitas delas não saibam exatamente do que se trata, e a nossa tendência é fugir a todo custo disso.

Nós vemos isso acontecer desde os primórdios da humanidade. Desde Adão, o homem sempre quer se esconder de Deus quando sabe que o desagradou. Ele sente profunda vergonha disto, e se acostumou tanto a sentir esta vergonha que se tornou algo inconsciente (Gênesis 3.8, eu não vou entrar nos méritos se a historia de Adão foi literal ou não, mas mesmo que não seja ela possui muitas lições para nos ensinar). Sabemos, entretanto, que a verdadeira virtude não está em fugir dos nossos erros e responsabilidades, mas abandonar o estado corrupto e desprezível em que temos vivido, jogar fora as nossas máscaras e buscar a Deus de todo o coração. Ele nos promete perdão e alívio de nossas cargas, basta se arrepender e busca-lo com todo o coração (Jeremias 29.13 e Mateus 11.28).

Se você já encontrou a resposta da pergunta "Deus existe?" em seu coração (saiba porque esta é a pergunta mais importante da humanidade e porque é relevante se ele existe ou não aqui, e saiba como encontrar respostas aqui), o próximo passo é reconhecer o estado em que você tem vivido e tudo que você em sua vida que foi contra os padrões morais estabelecidos pelo Criador, que no fundo todos sabemos quais são. Só depois de reconhecer podemos nos arrepender, então seremos capazes de experimentar Deus de uma maneira que só podemos saber como é pela própria experiência. Você está disposto a isso hoje?

Abraços, Paz de Cristo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Se Deus existe...

Se Deus existe, o Universo é uma maravilha, um presente, cercado de propósitos e de uma beleza objetiva. Cada cor, cada simetria, cada sistema planetário que dança harmonicamente segundo passos orquestrados precisamente por leis que foram formuladas pelo Supremo Legislador.
Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. 
Salmos 19:1

Se Deus existe, o homem é um ser em harmonia consigo mesmo e com o resto do Universo, e um verdadeiro espelho da mente do Criador.
Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão". 
Gênesis 1:26

Se Deus existe, temos uma razão suficiente para dizermos porque algumas coisas são realmente certas e outras coisas são realmente erradas. Podemos assim conscientemente fazer ou deixar de fazer com o intuito de agradar aquele que criou as Leis Universais. 

"Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações."
Jeremias 31:33

Se Deus existe, somos os seres mais felizes do mundo, pois ao vermos as belezas muitas vezes indescritíveis do nosso Universo, a harmonia do Universo, a harmonia dentro de nós mesmos, ou até mesmo quando experimentamos um sofrimento que nos deixa abalados, mas que ao final nos faz crescer, nos deixa mais fortes ou mesmo serve só para nos aproximar um pouco mais do Criador, ao vermos todas estas coisas, temos a quem agradecer, tendo a certeza de que tudo isto foi feito por Ele e reflete a Sua glória. O Universo é um hino de louvor a Ele, do qual temos o privilégio de participar.

Como é bom render graças ao Senhor e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã o teu amor leal e de noite a tua fidelidade.
Salmos 92:1-2

Se Deus existe, o mais maravilhoso disso tudo é que mesmo sendo um Ser de incomparável grandeza, superior até mesmo ao Universo que mal conhecemos, Ele é capaz de falar conosco, e mais do que isso, quer se relacionar conosco. Ele nos fez para que nos relacionássemos com Ele, e de fato pede que todos os busquem com um coração aberto e sincero, e promete se revelar pessoalmente a todos que assim o fizerem.
Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. 
Jeremias 29:13

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-

Se Deus não existe, o Universo é um nada. Um nada que mal sabemos se simplesmente veio a existir sem uma causa ou se sempre existiu sem nenhuma causa, propósito ou objetivo. O Universo é simplesmente um atentado contra as leis da lógica: ex nihilo nihil fit (do nada, nada vem). 

Se Deus não existe, o homem é um mero acidente causado por uma série interminável de acidentes altamente improáveis, ceiado por um processo guiado por forças cegas e impessoais ao longo de um enorme intervalo de tempo. A existência da nossa espécie é um simples piscar de olhos sem praticamente nenhuma razão e nenhum efeito no potencialmente infinito tempo cósmico. 

Se Deus não existe, não existe absolutamente nenhuma razão para dizer que isto é certo é realmente certo ou aquilo é incontestavelmente errado. Não existiu nem nunca existirá qualquer preceito moral absoluto. Não há portanto nenhuma motivação real para viver desta ou daquela forma , já que todos teremos o mesmo final, e aliás um dia até o Universo terá o mesmo final que nós. No fundo, não há diferença entre uma Madre Teresa e um Adolf Hitler; Se Deus não existe, nossa existência é cega, sem sentido e injusta. Podemos fazer realmente o que quisermos, mas tudo o que fizermos não fará qualquer diferença no Universo ou em nós mesmos. Somos totalmente livres, mas efetivamente inúteis. 

Se Deus não existe, somos os seres mais miseráveis do mundo, pois possúímos a capacidade racional e estética de perceber a beleza do bater das asas de uma borboleta, a engenhosidade físico-química do metabolismo dos animais, as simetrias presentes desde o modelo padrão de partículas elementares do universo até nos corpos bipartidos de alguns seres vivos, conseguimos ver todas a essas coisas, mas não temos a quem agradecer quando as vemos. Na verdade, isto que nos parece tão belo é algo indiferente e ilusório. Se Deus não existe, todo cientista é um verdadeiro frustrado, pois a sua admiração tão real pela natureza não possui sentido algum. Aliás, se Deus não existe, nada realmente possui sentido.

Se Deus não existe, é óbvio que orar não tem sentido, que seguir religiões não tem sentido, que fazer campanhas missionárias ou mesmo até escrever este blog não tem sentido; mas também é verdadeiro que fazer caridade não tem sentido, ajudar as pessoas não tem sentido, preservar a natureza não tem sentido, enfim, viver não tem sentido. O significado que tentamos dar à brevidade da nossa vida é uma mera auto-ilusão. Se Deus não existe, Nietzsche estava certo ao dizer que o bem e o mal não existem, e que o ser humano deve se elevar acima destes valores e para isso utilizar quaisquer meios disponíveis, inclusive a força (foi a filosofia de Nietzsche uma das influências para a filosofia do nazismo). Se Deus não existe, Dostoyevski estava certo ao constatar que tudo é permitido. Se Deus não existe, a vida e a razão humana leva inevitavelmente à desilusão e ao desespero, e a consciência racional e coerente isenta de auto-ilusão acaba logicamente em suicídio.

Se, e somente se Deus existe, temos esperança.

Abraços, Paz de Cristo.